Ao longo da minha vida profissional, morei em Madri-ES pela graduação e em Salerno-IT pelo doutorado. Sempre gostei desse contato, tanto que também fiz alguns mochilões. Por experiência própria e por diálogos com pacientes e colegas de profissão, percebo algumas angústias típicas de brasileiros que decidem morar em outro país, em especial, em Portugal.

O principal problema que percebo é o sentimento de não pertencimento, ser uma pessoa diferente, vinda de outra sociedade e outra língua, mesmo em países lusófonos, pois sempre há dialetos, gírias, referências comuns etc. O que é culturalmente aceitável em um país pode não ser em outro, tensão que facilita a insegurança de como brasileiros e brasileiras são vistos e uma ansiedade por se encontrar no estrangeiro.

São muitas as motivações que levam alguém a viver em Portugal. Há motivos profissionais, como promoções na carreira ou simples mudança de profissão, o que pede uma adaptação à cultura, às dinâmicas de trabalho e às relações com a hierarquia. Motivos familiares e pessoais também impulsionam brasileiros a imigrarem a Portugal, como a busca de uma vida melhor ou acompanhar a esposa ou o marido. Mesmo essa motivação pode trazer angústias, como o julgamento de família e amigos que ficaram e uma eventual culpa de ter se distanciado ou ser muito individualista. Nem todos entendem isso.

Morar em Portugal é, muitas vezes, construir uma vida nova, uma nova identidade. Nem sempre a adaptação é rápida, mesmo sendo um país de primeiro mundo. Essa mudança pode não trazer a felicidade idealizada, e me proponho a auxiliar você a lidar com essas frustrações.